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 Bolsonaro começa a cumprir pena de 27 anos de prisão em cela da Polícia Federal Bolsonaro foi levado para uma cela especial na Superintendência da PF em Brasília no dia 22 Bolsonaro pode ser visto atrás de uma porta de vidroCrédito, EPA Legenda da foto: Bolsonaro foi levado para uma cela especial na Superintendência da PF, em Brasília, no dia 22 Informações do artigo Autora, Mariana Schreiber Papel, da BBC News Brasil em Brasília 25 de novembro de 2025 A primeira turma do Supremo Tribunal Federal (STF) apoiou por unanimidade a decisão do ministro Alexandre de Moraes de encerrar o julgamento que condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a mais de 27 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado e outros crimes. Moraes tomou a decisão na manhã desta terça-feira (25/11), despacho apoiado pelos demais ministros da primeira turma em processo virtual noturno. Isso iniciará a execução da sentença. Moraes já havia ordenado que o ex-presidente fosse mantido na mesma sala especial onde...

Inserção de DIU no SUS: Por Que o Acesso Ainda É Limitado e Como Podemos Ampliá-lo



A contracepção é um direito fundamental no contexto da saúde pública, e o dispositivo intrauterino (DIU), especialmente o de cobre, destaca-se como um dos métodos mais eficazes, duradouros e seguros. Contudo, dados recentes mostram que apenas 19,7% das Unidades Básicas de Saúde (UBSs) no Brasil realizam a inserção do DIU. Neste artigo, abordamos com profundidade as causas desse cenário, as consequências para a saúde reprodutiva das brasileiras e estratégias reais para reverter esse quadro.


A Realidade Atual: Por Que a Inserção de DIU nas UBSs Ainda É Tão Restrita?

Apesar do DIU ser um método não hormonal, reversível, de longa duração e oferecido gratuitamente pelo SUS, sua inserção está longe de ser rotina nas UBSs. Os principais obstáculos são estruturais, profissionais e culturais.

Falta de Capacitação Profissional e Autonomia na Atenção Básica

Muitos profissionais da atenção primária, especialmente médicos generalistas, não se sentem preparados para realizar o procedimento. A ausência de treinamento prático durante a formação médica, somada à percepção equivocada de que apenas ginecologistas podem inserir o DIU, contribui diretamente para a baixa oferta.

Além disso, existe uma lacuna crítica entre a autonomia clínica esperada dos profissionais da APS (Atenção Primária à Saúde) e a realidade do dia a dia nas UBSs, onde a sobrecarga de atendimentos limita a execução de procedimentos eletivos.

“Colocar DIU com especialista é um fracasso do sistema. Ginecologista tem que ficar com as condições mais específicas, como câncer de mama, endometriose”, aponta Dr. Gustavo Gusso, da USP.


Infraestrutura Deficiente e Baixa Prioridade Política

Outro ponto crítico é a precariedade estrutural das UBSs. Segundo o censo do Ministério da Saúde, 60,4% das unidades precisam de reforma ou ampliação, e apenas 21% contam com sala adequada para coleta de exames laboratoriais. Essas limitações tornam inviável a criação de fluxos seguros e eficientes para a inserção de DIU.

Além disso, a ausência de protocolos institucionais padronizados, ausência de metas claras e investimento tímido na capacitação de equipes perpetuam o desinteresse.


Cultura, Desinformação e Resistência Social ao DIU

Muitas mulheres ainda associam o DIU a riscos como infertilidade, abortos espontâneos ou infecções. Essas crenças, embora infundadas, são reforçadas pela falta de campanhas educativas robustas sobre saúde reprodutiva.

Como o gráfico evidencia, o DIU representa apenas 4% do uso, mesmo sendo amplamente mais eficaz do que métodos mais populares como a pílula. Isso reflete um sério problema de acesso à informação e orientação técnica de qualidade.


Consequências da Baixa Inserção de DIU na Rede Pública

Aumento de Gravidezes Não Planejadas

Com menor acesso ao DIU, mulheres — especialmente aquelas em situação de vulnerabilidade — tornam-se mais suscetíveis a gestações indesejadas, o que gera desdobramentos sociais, econômicos e de saúde pública, como aumento de abortos inseguros e sobrecarga nos serviços materno-infantis.

Desigualdade Reprodutiva

A restrição do DIU nas UBSs penaliza as mulheres mais pobres. Nas clínicas privadas, o custo do procedimento pode ultrapassar R$ 800, tornando-o inacessível para a maioria da população.


Soluções Concretas para Ampliar o Acesso ao DIU no SUS

1. Capacitação em Larga Escala das Equipes de APS

Programas como o Mais Médicos devem incluir módulos práticos obrigatórios de inserção de DIU para médicos e enfermeiros. A formação técnica é simples, e a autonomia desses profissionais deve ser reforçada institucionalmente.

2. Criação de Centros Regionais de Inserção de DIU

O modelo piloto do Ministério da Saúde, com cinco centros de multiplicação da prática em capitais como Salvador e Belém, precisa ser expandido e monitorado por indicadores de desempenho claros.

3. Campanhas Educativas Massivas e Personalizadas

Desmistificar o uso do DIU exige comunicação eficaz e segmentada, voltada não só para as usuárias, mas também para os profissionais de saúde e gestores municipais. É preciso incluir o DIU nas estratégias de planejamento familiar com a mesma ênfase que métodos hormonais.

4. Simplificação do Fluxo de Atendimento

Muitos serviços ainda exigem ultrassonografia desnecessária após a colocação do DIU, o que limita a prática. O manual do Ministério da Saúde já define critérios claros para o uso do exame — é preciso que isso seja normatizado nas UBSs e não mais uma barreira.


Oportunidade para Avanço: Investimento em Saúde Reprodutiva é Político e Econômico

O Ministério da Saúde afirma que o número de DIUs inseridos na APS cresceu 55% entre 2022 e 2024, com R$ 2,8 bilhões por ano destinados às equipes. No entanto, investir apenas em dispositivos não resolve o problema se a estrutura, a capacitação e o modelo de gestão não forem transformados.

É urgente um pacto nacional pela modernização da atenção primária com foco na autonomia feminina e justiça reprodutiva. O DIU deve deixar de ser uma exceção no SUS para se tornar uma rotina acessível e segura para toda mulher brasileira que deseje usá-lo.


Considerações Finais

O DIU é um direito. A mulher deve poder decidir, com base em orientação clara e científica, se esse é o melhor método contraceptivo para ela. É papel do Estado garantir essa escolha por meio de infraestrutura adequada, capacitação técnica contínua e políticas públicas orientadas à equidade reprodutiva.

Nós, enquanto sociedade e como sistema de saúde, não podemos mais aceitar que apenas 1 em cada 5 UBSs realizem esse procedimento. O Brasil precisa democratizar o acesso ao DIU, não só como política de saúde, mas como instrumento de liberdade para milhões de brasileiras.


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