Situação Crítica na Saúde Infantil de Alagoas
Em Alagoas, mais de mil crianças aguardam na fila do Sistema Único de Saúde (SUS) para realização de cirurgias pediátricas, conforme apontado por uma ação civil pública ajuizada pela Defensoria Pública do Estado. A lentidão no processo cirúrgico tem gerado indignação e preocupação, principalmente diante do quadro delicado de saúde enfrentado por muitos dos pacientes infantis.
O Hospital da Criança, inaugurado em 2022 com a promessa de se tornar referência em atendimento pediátrico, ainda não conta com um centro cirúrgico funcional. Apesar de possuir 10 leitos de UTI pediátrica e equipe especializada em cirurgia infantil, a infraestrutura segue subutilizada, violando diretamente o direito à saúde garantido pela Constituição Federal.
A Defensoria Pública exige, via ação judicial, que o centro cirúrgico do hospital esteja em pleno funcionamento no prazo máximo de 60 dias, sob pena de responsabilização do Estado.
As consequências da demora nas cirurgias são alarmantes. Diversas patologias consideradas simples podem se agravar severamente se não tratadas com urgência. Entre os problemas mais comuns enfrentados pelas crianças na fila de espera estão:
Hérnias inguinais e umbilicais
Criptorquidia
Apendicite
Má formações congênitas
Cardiopatias estruturais
O tempo prolongado de espera não apenas compromete o prognóstico clínico, como também afeta o desenvolvimento físico e emocional da criança, ampliando o sofrimento familiar e gerando custos maiores para o sistema de saúde no futuro.
Segundo a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), três unidades hospitalares atualmente realizam procedimentos pediátricos:
Hospital Universitário (Maceió) – em parceria com o Município e o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde
Hospital Veredas (Maceió)
Hospital Carvalho Beltrão (Coruripe)
Apesar desses centros operarem, a capacidade é insuficiente para suprir a alta demanda acumulada. Mutirões de triagem vêm sendo realizados, mas não resolvem o gargalo da ausência de salas cirúrgicas ativas no Hospital da Criança.
A judicialização da saúde, como neste caso promovido pela Defensoria Pública, surge como última medida diante da negligência do Estado. A ausência de ações eficazes e imediatas para colocar em operação o Hospital da Criança configura grave violação aos direitos humanos, principalmente porque a saúde infantil é prioritária no ordenamento jurídico brasileiro.
O artigo 227 da Constituição determina que é dever do Estado assegurar à criança o direito à saúde com absoluta prioridade, o que não está sendo cumprido no atual cenário alagoano.
A seguir, sugerimos um diagrama de fluxo simplificado, em linguagem Markdown com sintaxe Mermaid, que pode ser utilizado para ilustrar o fluxo ideal de atendimento cirúrgico pediátrico no SUS em Alagoas, caso o Hospital da Criança estivesse operando plenamente
Comentários
Postar um comentário